Olá meninas, como vão?
Como eu disse antes no blog, decidi fazer Odonto porque sempre foi um sonho, desde criancinha mesmo, mas que acabou depois de 2 anos de faculdade. De forma alguma estou aqui pra falar mal do curso, até porque reconheço que é uma linda carreira, estou aqui pra falar porque eu, Camila, não me adaptei.

1º Constante desestimulação por parte das pessoas

Desde quando passei na faculdade, minha mãe dizia o quanto seria uma carreira difícil, visto que abrem novos cursos de Odonto todos os anos e na rua que eu montaria meu consultório, já haviam 5 outros. No primeiro dia de aula, em uma dinâmica, mais da metade dos alunos disse que só estava ali porque não havia passado em Medicina (e eu como a maior apaixonada pela Odonto me sentia triste de ouvir aquilo). Durante os 2 anos de curso, ouvimos de todos os professores que é uma carreira difícil e que, claro, se fossemos bons profissionais, trabalho não iria faltar (o que não deixa de ser verdade, mas assusta um poco).

2º O custo do curso e da profissão

Mesmo estudando em uma universidade federal, todos sabemos que os instrumentos utilizados são pagos pelos alunos e o mais caro de todos é o "motorzinho" (cerca de 2 mil reais). As listas variavam de um semestre para o outro, algumas custavam R$ 1.500, outras R$ 4.000 e, no fim do curso, o custo total girava em torno de R$ 20.000. Lógico que isso nem se compara ao que eu tive que pagar depois pra fazer um cursinho pra passar em outro curso, mas é assustador pensar que durante toda a vida profissional o cirurgião-dentista vai ter altos custos com materiais e, muitas vezes, deve ter o dobro dos materiais que adquiriu na graduação, porque não dá tempo de esterilizar até atender outro paciente.

3º Me envolvi com outros projetos e me identifiquei mais com outras profissões

Durante a graduação, me envolvi com projetos voltado à saúde geral do indivíduo e, com isso, observei a atuação de diferentes profissionais, como psicólogos, médicos, enfermeiros e da área de
serviço social. Sempre íamos em comunidades que não eram atendidas por um serviço de saúde e me vi muito limitada por não poder dar grandes orientações quanto à saúde, porque um dentista depende muito de seu consultório pra fazer qualquer atendimento. A partir daí comecei a me interessar por profissões que se aproximam muito do ser humano e que podem ter um contato maior e mais efetivo com a população.

No fim, não penso que foram 2 anos perdidos. Foram anos decisivos no meu auto-conhecimento, pois neles foi possível ver que tudo aquilo que eu quis por muito tempo, na verdade, não era o que deixaria feliz. Agora é seguir em frente e o buscar viver o meu novo sonho. Afinal, disso é feita a vida: das mudanças de nós mesmos, das descobertas e das conquistas!!

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